Quero agradecer a todos aqueles que estiveram perto de mim durante este ano e em especial aos meus pais e marido bem como a todos os meus familiares, amigos e simpatizantes...
Parabéns aos meus pais, porque sem eles, este dia não existia para mim...
Antes de mais, muito obrigado por ter-se disponibilizado para esta entrevista. Maestrina, como surgiu a música na sua vida?
A música esteve presente no meu meio familiar. O meu irmão, cerca de 16 anos mais velho, tocava saxofone e o meu pai entrou para a direcção da Banda Filarmónica Recreio dos Artistas. Além disso, desde cedo fiz parte do coro com a minha mãe e a música não me era indiferente.
Como foi o seu percurso na música?
Aos 8 anos, entrei para a Escola de Música da Filarmónica Recreio dos Artistas com o saxofone soprano e nesta mesma altura recebia aulas de piano particulares, que me foram bastante gratificantes na leitura de pautas. Devo dizer que ainda hoje é complicado haver nas ilhas pessoas qualificadas para dar formação nesta área, imagina-se na altura como seria.
Porquê que escolheu este instrumento, o saxofone soprano?
Devo admitir que a escolha do instrumento foi por influência do meu irmão que na altura tocava precisamente saxofone soprano.
Mais tarde, entrou na academia e veio para o continente estudar Ensino de Música, não é verdade? Que factores influenciaram a sua decisão?
Sim, é verdade. Antes de decidir-me pela música, interessava-me um curso ligado a sociologia, pois sou uma pessoa comunicativa e gosto de interagir com as pessoas. Porém, é curioso como o ensino estava intrínseco na minha pessoa, pois mesmo quando estudava para os meus testes, “fingia” ser professora para conseguir entender a matéria, contudo ainda não tinha descoberto a disciplina indicada para leccionar. Sem dúvida que, a musica foi a melhor escolha.
Teve alguma dificuldade em vir estudar para o continente?
Na altura, havia uma falta de meios de comunicação que quase me impossibilitou a minha ida. Estes cursos eram muito pouco conhecidos, visto que para ensinar musica bastava ter tido formação no Conservatório. Não se sabia se havia pré-requisitos, nem mesmo a altura de inscrição foi a correcta. Com os exames nacionais acabei por ingressar na ESE de Bragança.
Manteve as suas aulas de saxofone e piano?
Sim, claro. No primeiro ano estive numa academia de música particular e no segundo, consegui entrar para a Fundação Conservatório Regional de Vila Nova de Gaia, onde tinha aulas durante o fim-de-semana durante três anos.
Terminou com que formação?
Com 8 anos de formação musical e o complementar de saxofone, não consegui continuar o piano, pois no Conservatório tive que optar entre os dois instrumentos dado a incompatibilidade de horários, e pela banda escolhi o saxofone.
Enquanto permanecia no continente, qual o seu maior objectivo?
Aprender o máximo para poder levar e melhorar o nível musical da minha ilha. Sempre quis voltar.
Onde entrou o interesse pela Musicoterapia?
A possibilidade de curar pessoas através de certos tipos de músicas, através de simples sons, fascinou-me. É quase como uma cura sobrenatural. Não existe medicação, apenas sensações e sentimentos. Actualmente é uma óptima ferramenta para o dia a dia, cada vez mais as pessoas precisam de ter uma mente sã dado o stress e complicações que vivemos. Devíamos parar e simplesmente ouvir e relaxar. O nosso lado psicológico tem muita influência na cura de doenças e a música ajuda em muito a atingir esse equilíbrio.
Como correu o primeiro ano de trabalho como professora?
O primeiro ano foi na ilha do Pico na Escola Cardeal Costa Nunes da Madalena onde leccionei primeiro e segundo ciclo e formei a Orquestra da Escola. Nos tempos livres trabalhei como professora da Escola de Música da Banda Lira de São Mateus, onde também tocava e substitui o Maestro cerca de 2 meses quando este, por motivos de saúde, não pôde dirigir. Foi um ano muito gratificante para mim e para aquela banda.
Entretanto voltou para ilha, que trabalhos desenvolveu e desenvolve na sua ilha?
Na minha ilha trabalho como professora de nomeação definitiva do Quadro de Escola da Escola Básica e Secundária da Graciosa, na disciplina de Educação Musical e sendo assim trabalho com crianças desde os 2 anos de idade até ao 6º ano de escolaridade. Trabalhei na direcção pedagógica da academia, e fui Maestrina do Coro da Matriz de Santa Cruz da Graciosa. Sou Maestrina da Filarmónica Recreio dos Artistas, bem como professora da Escola de Música da mesma. Dentro da Filarmónica formei a Orquestra Ligeira e por vezes colaboro com o conjunto musical da mesma. Formei também um quarteto saxofones, porém, por motivos profissionais de vários elementos tivemos de fazer uma pausa, contudo quando voltar ao activo quero reunir e reactivar o quarteto. Quero com isto dizer que trabalho com pessoas das mais variadas idades. E gosto muito do que faço.
Vemos que tem uma forte ligação com o ensino, qual a sua visão do ensino da musica na actualidade?
Hoje em dia, as crianças perderam a noção de que realmente a música é uma melodia. Desde muito cedo que não ouvem música, mas apenas pensam no computador, na playstation. Pessoalmente, como professora, gosto de colocar actividades inovadoras e diferentes, porém muitas das vezes, não lhes interessa, pois falta-lhes aquela ligação. Por isso é que me dá mais prazer trabalhar com as crianças desde a pré-primária, pois aí posso desenvolver um trabalho mais específico. Sem dúvida que o primeiro ciclo é aquele onde os alunos apreciam mais o ensino da musica, pelo menos já têm um mínimo de noção musical.
Como classifica a aprendizagem musical nas ilhas?
O ensino da música nas ilhas é um pouco complexo, contudo tem vindo a melhorar. Antigamente apenas tínhamos professores de leste a trabalhar na academia, mesmo hoje em dia é complicado conseguir professores. Nos primeiros dois anos do meu regresso à ilha fui Directora pedagógica da Academia da Graciosa, e encarei esta realidade e dificuldade. Eram poucos os professores que procuravam estabilizar-se, os que estão normalmente não se integram, nem motivam. Acredito que, se os professores que viessem para a academia, integrassem-se na banda, com outro espírito de trabalhar e colaborassem com a ilha em geral, os jovens iriam estar mais motivados, seriam mais produtivos e adquiriam muito mais conhecimento.
Considera que no continente o nível musical das bandas é superior ao das ilhas?
No continente as bandas tocam melhor, é verdade. No entanto, é muito natural que toquem, pois existe muitos alunos nos conservatórios com óptimos professores. Para além disso, têm diversos factores que criam um estímulo muito maior. Nas ilhas, as bandas tocam por “amor à camisola”, as pessoas entregam-se com outra motivação e entusiasmo. Todas as pessoas que fazem o seu melhor não merecem ser criticadas, mesmo que o objectivo final não seja alcançado. Cada banda tem a sua realidade local e temos de respeita-las.
Como surgiu o gosto pela direcção?
A direcçao da banda foi por instinto, cada vez mais assumi esta posição. Tomo a direcção essencialmente pela minha personalidade. Sinto e deixo-me levar. Sei que ainda tenho muito que aprender e aperfeiçoar, contudo o principal é que os meus músicos entendam a minha linguagem pois ela é transmitida a pensar na sua evolução e quanto a isso não tenho dúvidas.
Tem uma forte ligação com a sua banda, não é verdade?
Sim, gosto muito deles e tento acompanhá-los ao máximo.
Como deve ter consciência, o meio das bandas é predominantemente masculino, qual a reacção do público quando vê a maestrina?
Simplesmente, pára tudo. Na ilha, uma vez que somos poucos habitantes, as pessoas já se “mentalizaram” antecipadamente que isto poderia acontecer. Agora, quando vou com a banda para fora da ilha, as pessoas olham com mais curiosidade, admiravam-se e chegam a voltar para trás para apreciar melhor a banda. É curioso realmente.
Qual a maior dificuldade que sentiu ao prosseguir por uma carreira no ensino da musica nas ilhas?
O facto de estarmos num meio muito pequeno tudo fica mais limitado. Contudo, tudo se consegue alcançar e actualmente existe tanta tecnologia e meios que nos permitem sempre alargar conhecimentos. Considero que há zonas no continente que julgo mais isoladas que as próprias ilhas, pois enquanto fazia o sacrifício durante três anos ao deslocar-me para o Conservatório, tinham muitos colegas que simplesmente não aproveitavam o que tinham. Eles viviam mais numa ilha do que eu, pois por muito que estivesse numa ilha procurava ir mais além.
Não se arrepende de ter decidido por uma carreira musical?
Nada. Tive momentos para desistir como todas as crianças, porém agradeço aos meus pais por terem insistido comigo, senão teria perdido tudo o que tenho até hoje e isso para mim é impensável. Desde cedo que fui habituada a ser bastante responsável e a gerir muito bem o meu tempo, isto é, tinha que conciliar os estudos com as actividades da banda, não podia sequer faltar a um ensaio.
Relativamente à Banda Feminina, como definiria esta oportunidade?
Uma aventura.
Porquê uma aventura?
Para já, foi uma aventura aceitar. A situação de dirigir músicos que têm conhecimento muito mais alargados do que eu é um desafio e é preciso ter um pouco de coragem, pois por norma são músicos muito críticos. Porém, quis sempre manter a minha humildade e trabalhar o melhor que sabia. Tive muita pena em não ir a Espanha com elas, pois era um projecto alem fronteiras e uma grande oportunidade. Infelizmente, por motivos de saúde foi-me impossível, mas gostava de voltar a dirigir a Banda Feminina, espero que consigamos voltar a reunir-nos apesar da dispersão geográfica de todas.
E para o futuro, maestrina, o que nos pode dizer?
Em Novembro, tenho convite para ir ao Canadá por entremeio de uma maestrina do Canadá, de Winnipeg, para representar os Açores numa homenagem que a sua banda irá receber, precisamente na Casa dos Açores de lá. Entretanto depois de umas “férias” forçadas bem merecidas, pretendo voltar em breve ao activo com as aulas, com a Filarmónica Recreio dos Artistas e a Orquestra Ligeira para voltar a dedicar-me à cultura musical da minha ilha.
Certo dia o fósforo disse para a vela: - A minha missão é acender-te. - Ah, não, disse a vela. Tu não vês que se me acenderes os meus dias estarão contados. Não me podes fazer uma maldade dessas. - Então queres permanecer toda a tua vida assim dura, fria, sem nunca ter brilhado, perguntou o fósforo. - Mas ter que me queimar. Isso dói. Consome as minhas forças, murmurou a vela. - Tens toda a razão, respondeu o fósforo, esse é precisamente o mistério da tua vida. Tu e eu fomos feitos para ser luz. O que eu, como fósforo, posso fazer é muito pouco. Mas se passo a minha chama para ti, cumprirei com o sentido de minha vida. Eu fui feito justamente para isso: para começar o fogo. Tu és vela. A tua missão é brilhar. Toda a tua dor, a tua energia se transformará em luz e calor. Ouvindo isso a vela olhou para o fósforo que já se estava apagando e disse: - Por favor, acende-me!
Um espirro pode atingir uma velocidade incrível - até 160 km por hora;
Poucas sensações podem ser comparadas à beleza de um espirro. Assim como uma grande idéia, os espirros vêm naturalmente e não podem - nem devem - ser evitados.
Todos nós já demos um espirro!
Espirros e idéias não são tão distantes quanto se parece: ambos são actos reflexos em resposta directa a um estímulo e provocam arrepios. Por isso é tão difícil bloqueá-los. Você já reparou que não dá para deixar de fechar os olhos quando espirramos?
Fico tão feliz quando chega este dia e te posso dizer:
- Parabéns PAI!
Tanto que te podia oferecer hoje, mas prefiro dar-te todos os dias a qualidade do meu amor, carinho, amizade e respeito por ti.
Tenho muito orgulho em ti e espero estarmos juntos por muitos mais anos para te poder sempre dizer Parabéns, não só por completares mais um ano de vida, mas também por tudo aquilo que tens conseguido alcançar com todo o teu esforço e dedicação.
Para mim és um exemplo de vida, força, coragem e empenho.
Tanto mais te poderia escrever, mas nada mais verdadeiro do que simplesmente dizer:
AMO-TE MUITO PAI!
Da tua filha Vânia Bettencourt
P.S.Obrigada por me fazeres, todos os dias, vencer na vida!
- O jornal trazia uma folha impressa ao contrário.
- O jornal trazia uma folha imprimida ao contrário.
“Impressa” e “imprimida” são duas formas que provêm do verbo imprimir. Este verbo admite dois particípios passados: um regular – imprimido – que se usa com os verbos “ter” e “haver” e outro irregular – impresso – que se usa com os verbos auxiliares “ser” e “estar”. Esta segunda forma também é usada como adjectivo, que é o que acontece na frase acima apresentada, por isso a forma correcta é:
- O jornal trazia uma folha impressa ao contrário.